O fracassado

A impressionante história do redator que fracassou em 7 projetos promissores consecutivos e caiu em depressão... mas foi salvo por uma Baleia Branca.

Da mesa de Paulo Maccedo 

Aos pés da Serra da Mantiqueira.

Rio de Janeiro – Brasil

 

E se você tivesse a oportunidade de aprender com os maiores erros de um redator experiente?

O que você faria se pudesse saber o que levou este redator a fracassar consecutivamente em nada menos que sete projetos promissores?

O que gerou esse efeito em cadeia que o levou à depressão?

Que atitudes ele tomou para chegar ao fundo do poço?

E por que ele não desistiu? 

Como ele se safou dessa situação? E como ele ainda se tornou uma referência com resultados de milhares e milhões de reais criando cartas de vendas e anúncios campeões?

Isso tudo será respondido nas próximas linhas…

Caro amigo, a história que eu vou contar aqui é uma das mais duras e difíceis situações da minha vida e carreira.

Isso tudo aconteceu quando eu estava no ápice da minha notoriedade como redator. 

Eu tinha acabado de lançar um popular livro sobre copywriting, já tinha me tornado um escritor best-seller e minha autoridade estava sendo reconhecida no mercado.

Fui procurado por muita gente para escrever cartas de vendas e anúncios e fiquei com a agenda cheia. Era a vida que eu pedi a Deus.

Então… em pouco menos de um mês… fechei vários projetos promissores, com figuras de nome no mercado.

Alguns projetos envolviam milhares; outros, milhões de reais.

Eu tinha nas mãos uma baita oportunidade para fazer novos cases e crescer.

Mas aqui está o que aconteceu… 

Eu fracassei…

Fracassei em sete projetos consecutivos.

Detalhe: foi um fracasso atrás do outro, numa espécie de efeito em cadeia.

Eu escrevi os copies e nenhum converteu bem, mesmo depois de algumas alterações e testes.

Alguns projetos ficaram no zero a zero, outros deram prejuízo, mas nenhum teve um resultado que possamos chamar de… positivo.

Eu pude ver a frustração nos olhos de alguns clientes que, claro, não renovaram os contratos.

Para variar, na época eu também passava por um momento crítico com a minha agência de Marketing de Conteúdo.

Os clientes começaram a cancelar contratos, o faturamento caiu abruptamente eu até tive que demitir um parceiro de longa data.

Como se não bastasse… minha esposa descobriu que estava grávida.  

Foi um misto de felicidade com medo e angústia… 

Eu estava vendo meu sonho de ser pai surgir enquanto era consumido pela preocupação de não conseguir suprir as necessidades de um bebê.

O peso da responsabilidade aliado a essa sequência de fracassos me jogou no chão.

Eu… que sempre sofri com ansiedade… entrei numa crise emocional quase paralisante.

Na época, estava sendo atendido por uma terapeuta e, apesar desse atendimento ter sido de grande valia, não consegui evitar o pior: uma crise depressiva.

Eu nunca achei que teria depressão na vida… mas tive… e foi dureza.

Imagine uma pessoa muito ativa com o trabalho ficar quase duas semanas sem mesmo conseguir levantar da cama. Assim aconteceu.

Não havia vontade de fazer nada, a não ser esperar o tempo passar.

Hoje, olhando para trás, vejo que o fantasma da depressão já me rondava há tempos, mas eu não tinha percebido.

Nos seis ou sete meses anteriores a esse evento, estive muito caseiro e isolado. E nas palavras da minha esposa, tornei-me “antissocial”.

A rotina se resumia em acordar, subir para trabalhar, descer para comer, trabalhar mais, descer para dormir… 

Só sair para ir no mercado ou ao caixa eletrônico e olhe lá…

Em alguns momentos, optar apenas pela companhia da Netflix ou de algum livro… 

Nem ligações eu estava querendo receber e até reuniões online com clientes eu estava evitando. 

Além de trabalhar, eu só queria ler e escrever fechado no meu canto, numa espécie de refúgio.

Segui melancólico e indisposto, mas aparentemente bem. 

Esse é o tipo de coisa que não aparece nos posts do Facebook e não fica visível nas fotos de Instagram.

Nem mesmo nas reuniões de finais de semana são capazes de revelar.

Eu fazia piada, brincava, sorria… mas no fundo, estava mal, muito mal.

Minha esposa e minha terapeuta foram as únicas que souberam exatamente o que estava acontecendo.

A depressão é como um fantasma manipulador e malicioso. 

Todos os dias, ele se senta em seu ombro e sussurra no seu ouvido sobre quão inútil você é e como você não merece estar próximo de outras pessoas.

Assim estava sendo comigo… eu estava dando ouvido aquele fantasma.

Tive medo, quis desistir de tudo, fiquei isolado e profundamente triste.

A situação foi essa por alguns meses até que um dia eu fui surpreendido…

Tive uma espécie de impacto de uma forma bastante peculiar.

Esse impacto se deu da seguinte forma… 

Eu estava envolvido com uma história de ficção.

Estava lendo um clássico da literatura, cujo o ícone da história é uma grande baleia branca chamada Moby Dick.

Eu sempre achei Moby Dick fascinante por conta de sua presença na cultura pop, mas nunca tinha lido o livro até então. 

No entanto, naquela situação difícil, encontrei alguma motivação para ler.

Como sou um cara curioso, nunca fico só na leitura do livro… preciso estender o universo que envolve a leitura.

Pensando sobre como o autor do livro tinha concebido a ideia de criar uma história em torno de uma grande baleia branca, e como seu livro tinha se tornado um clássico atemporal, embarquei em pesquisas.

Quis saber tudo, quem foi que escreveu, como escreveu, que tipo de inspiração ele teve etc. Esse era o tipo de coisa que me dava um certo ânimo naquele contexto.

Descobri muitas coisas, como por exemplo, que Moby Dick foi inspirada numa história real de uma baleia branca chamada Mocha Dick, que supostamente foi morta por baleeiros no século dezessete.

Achei tudo em torno de Moby Dick fascinante, mas uma coisa mexeu comigo…

Herman Melville, o autor do livro, morreu quase completamente esquecido e sua morte não foi anunciada em nenhum jornal da época.

É como se hoje morresse um gênio da literatura brasileira e ninguém fizesse nem mesmo um post no Facebook sobre ele.

O mais impressionante é que o escritor bateu as botas sem conhecer o sucesso que sua mais importante obra alcançaria no século seguinte.

Moby Dick, na época da publicação, não obteve sucesso de crítica, sendo esse o principal motivo do declínio da carreira de Melville.

Ao ler isso, eu tive um baita impacto na alma. 

Foi tipo um tratamento de choque.

Sabe quando a pessoa está desacordada e os médicos dão aquele choque para reanimar? 

Foi mais ou menos isso que aconteceu.

A história daquele escritor me mostrou que não há garantia alguma de que seremos reconhecidos pelo nosso esforço

E que, mesmo que sejamos muito bons no que fazemos, é possível que morramos completamente desconhecidos.

Ou seja, você pode dar o seu melhor agora e ainda assim não ter sucesso algum.

Isso vai contra ao que alguns dizem, né? 

O que os coaches de autoajuda dizem é que todo mundo é vencedor, que basta unir meia dúzia de técnicas de pensamento positivo e o sucesso bate à porta.

A verdade, porém, é que não existe garantia nenhuma que você vai dar certo.

É claro que as chances aumentam cada vez que você não desiste e vai melhorando… se aperfeiçoando.

E aqui temos outra grande verdade: se você não admitir isso, é possível que desista na primeira porrada que a vida te der. 

Isso quase aconteceu comigo naquela situação. 

Naquele estado de extrema tristeza, sem desejo algum de voltar a trabalhar, escrever… fazer copy… Moby Dick me levantou.

Esse foi o primeiro ponto de virada. 

Ao refletir muito sobre tudo aquilo, dei um suspiro de esperança.

Pensei: se um cara que escreveu um livro com esse… um livro clássico… morreu anônimo e esquecido, quem sou eu para achar que tenho que ter sucesso em tudo?!

É claro que encarar a vida real com esforço e boas doses de otimismo é sempre bom, mas tem que ser mais ou menos assim: 

“Sei que a vida é incerta, insegura, e não há garantia alguma que eu vou alcançar meu objetivo. Mas vou arriscar, afinal, viver conformado é uma bosta”.

Então, mesmo sabendo que as coisas são incertas, você deve aplicar esforço, seguir de cabeça erguida usando seus melhores recursos.

Deu certo? Você ganhou! Obteve lucro!

Deu errado? Você não se frustrou a ponto de parar, e tem energia para tentar de novo, de outra forma, com novos recursos. 

E o melhor, aprendendo com os erros e fracassos.

Isso me ajudou a começar a lutar para vencer aquela crise depressiva.

E aí vem o segundo ponto de virada…

Quando eu tive esse despertamento, comecei a repensar o que eu tinha feito de errado para fracassar em 7 projetos consecutivos.

Então eu procurei uma pessoa mais experiente que eu.

Chamei o Gustavo Ferreira no WhatsApp, por quem eu tenho muita admiração e carinho, e desabafei com ele.

“Cara, é isso que está acontecendo. Eu falhei em 7 projetos seguidos… tô na merda… e até estou pensando em parar de fazer copy”, disse a ele.

Ele gravou uns 3 áudios que juntos deram mais de 15 minutos e me mostrou que eu estava vivendo uma baita ilusão.

Naquele momento, mais uma verdade foi revelada: eu estava me colocando um jugo maior do que eu poderia carregar. 

Ele me disse mais ou menos assim: 

“Paulo, nenhum copywriter acerta 100% dos projetos… aliás, não acertam nem mesmo 80%”.

E então me falou de uma estatística que ele percebeu a longo de sua carreira.

“De 10 projetos, os bons copywriters acertam entre 3 e 4. Os grandes mestres acertam de 4 a 5, mas os bons ficam nesta média: entre 3 de 10.”

Ou seja, eu estava dentro da média e não fazia ideia.

Eu fracassei em 7 projetos, mas tinha 3 para acertar.

Eu tinha que então tornar esses próximos copies decisivos, tentar de novo e acertar. 

Então o que eu fiz? 

Uni as forças que me restavam e escrevi esses 3 copies!

Antes, no entanto, eu “resetei” o meu cérebro, revi os copies que fracassaram e recomecei.

Sentei para escrever com total dedicação e controle emocional.

O resultado foi esse: nos próximos meses, eu fiz esses 3 projetos bombarem.

Para resumir a história, cheguei no final do ano com o maior faturamento que eu tive em toda a minha carreira como copywriter e esses últimos copies foram decisivos.

Só para vocês terem uma ideia, a minha linha de crédito cresceu 10 vezes mais por causa da minha movimentação bancária em menos de 7 meses.

Passei até receber ligações frequentes da minha gerente do banco… coisa que nunca tinha acontecido antes.

A vida tomou um rumo.

Foi nesta época que eu escrevi a seguinte frase:

Quem tem uma estante de vitórias costuma ter também um baú de fracassos.

Essa frase marcou minha trajetória.

E aqui faço uma amarração para alertar sobre depressão.

Tudo indica é que não entrei em depressão porque fracassei, mas fracassei porque já estava em depressão. 

Alguma coisa com minha mente e meus sentimentos estavam me colocando para baixo. 

Durante esse tempo, eu fui me analisando para fazer a depressão ir embora.

Uma das coisas que identifiquei: a minha relação com o trabalho não estava saudável e que eu precisava sair daquela rotina estranha que estava vivendo nos últimos dois anos.

Passei a controlar melhor o meu ofício e não ser controlado por ele.

A verdade é que é fácil tornar-se um escravo do trabalho, mesmo sendo um livre empreendedor.

Outra coisa que percebi: o ambiente que eu vivia não era saudável.

Tudo na cidade que eu vivia era deprimente: as casas, as ruas, os carros, os hábitos.

Um dos motivos de eu hoje morar próximo à natureza é esse.

Hoje posso levantar pela manhã, caminhar 100 metros e ver cenários como esses abaixo…

Eu descobri que funciono melhor em ambientes naturais, respirando ar puro e vendo mato e bicho. 

Morar na cidade (no meu caso, eu estava na Baixada Fluminense quando tive a crise) me fazia mal.

Outra coisa que me ajudou a sair daquele estado foi me envolver com hobbies como ouvir música e cozinhar. 

Sempre que posso, me dedico a esse tipo de coisa, pois me ajuda a manter a sanidade.

Também reorganizei todo o meu tempo e processo de trabalho para ficar mais com a minha família. 

O foco hoje está em tempo de qualidade com eles, coisa que raramente eu tinha.

Aliás, não só estar com a família é importante, mas com amigos também. Somos seres sociais e precisamos de contato e afeto.

Também posso dizer que passei a ter uma relação diferente com a minha fé e religião.

Sou cristão e desde então eu vivo fazendo a manutenção da minha relação com Jesus e lendo bons autores, como Chesterton e C. S. Lewis.

Vários fatores podem levar à depressão e a principal delas é a desordem espiritual.

Se o espírito está mal, todo resto estará.

Por fim, encontrei alento na filosofia estoica. 

O estoicismo é uma excelente filosofia para mudança de mente e eu aconselho que você pesquise e conheça essa escola.

Até anotei uma frase de um filósofo estoico, Sêneca, que diz assim.

Estamos, normalmente, mais assustados do que machucados; e sofremos mais na imaginação que na realidade.

Era exatamente isso que estava acontecendo comigo para eu ficar mal naquela época.

Eu estava criando ilusões mentais de sucesso que estavam me puxando para trás.

Mas graças a Deus, consegui lutar contra aquilo usando recursos disponíveis a todos.

Agora que abordei sobre essas questão delicada envolvendo depressão, posso listar…

Os aprendizados de negócios que eu tive com 7 fracassos sucessivos

Um dos fatores que também contribuiu para o meu fracasso foi a má administração do meu tempo como copywriter.

Naquela época de vacas gordas, eu quis abraçar o mundo com as pernas….

Eu tentei escrever copy para vários projetos em paralelo e isso definitivamente não deu certo. Meu cérebro travou.

Hoje, eu escrevo para um projeto por vez. 

Não pego um novo projeto enquanto não termino o anterior.

Quando você tem uma agência, equipe, etc, dá certo ter vários projetos em paralelo, mas quando se é um exército de um homem só, não é o recomendável.

Mas exite um detalhe que eu até coloquei num dos meus livros:

A maioria dos copywriters é inapta para administrar um negócio, por isso o caminho da parceria, co-produção e sociedade costuma ser o mais indicado. A não ser, claro, que você tenha vocação para empreender.

Por isso essa situação toda me fez entender que eu não sou o tipo de profissional que leva jeito para ter agência, coordenar equipe etc.

Eu sou mais da linha “lobo solitário” e por isso eu remodelei meu negócio com o conceito de lifestyle business, ou seja, um “negócio de estilo de vida”.

Hoje meu negócio gira em torno do meu estilo de vida, que tem muito a ver com espalhar ideias, escrever, estudar, pesquisar e ensinar.

Ou seja, toda uma pegada intelectual.

Toco esse negócio através de um processo simples e funcional.

Aqui chegamos no grande ensinamento desta carta.

O fracasso é uma poderosa lei do sucesso.

“Mas Paulo, como o fracasso pode ser uma das leis do sucesso?” 

É simples: todas as pessoas que atingiram uma grande realização na vida fracassaram algumas vezes antes.

E é por isso que o fracasso deve ser visto como um grande aliado. 

Cada vez que você falha, você descobre uma maneira de não realizar o seu objetivo. 

Você elimina um caminho e continua fazendo isso até você achar a trilha ideal.

E outra coisa que temos que entender é a diferença entre fracasso e derrota temporária.

A derrota temporária, como o nome indica, não é definitiva. Ela pode ser encarada como um “mal que vem para o bem”.

Nenhum fracasso ou derrota dominam a mente de uma pessoa que as encara como professores.

No fim, toda derrota nos traz alguma lição importante. 

Como disse Thomas Edison, “Eu não falhei 10 mil vezes, apenas descobri 10 mil maneiras de não inventar a lâmpada”.

Parafraseando, “Eu não falhei 7 vezes como copywriter, apenas descobri 7 maneiras de não conduzir um projeto de copywriting”. 

Nos próximos meses, usei todo esse aprendizado para dar certo.

Se eu tivesse desistido de continuar, eu não estaria aqui passando isso para você.

Essa filosofia de fracasso + sucesso está presente na obra de Napoleon Hill, que passou mais de 25 anos estudando os hábitos de sucesso de homens de várias áreas. 

Ele pesquisou 16.000 pessoas e entrevistou 500 que estavam entre os milionários da época.

Sua confirmação foi que todos os homens que deram certo em alguma área fracassaram várias vezes. 

Então, lembre-se: fracassar faz parte do processo e, curiosamente, quanto mais você fracassa, e quanto mais aprende com isso, mais sucesso você tende a ter.

Gostaria de dizer que sou muito grato à baleia branca Moby Dick por ter me ajudado a enxergar isso… 

Herman Melville morreu esquecido, mas sua obra mudou a minha vida de alguma forma. 

Isso é simplesmente divino, você não acha?

Felicidades e riquezas,

Paulo Maccedo.

PS.: Inspirado pelas experiências pessoais do autor e por outros acontecimentos que marcaram o período, ‘Moby Dick’ tem também como base inspiradora a história do capitão George Pollard e de seu navio baleeiro ‘Essex’ que, em 1823, foi atingido por uma baleia antes de naufragar. 

Depois que o ‘Essex’ afundou, Pollard e sua tripulação boiaram no mar sem comida ou água por três meses, e recorreram ao canibalismo antes de serem resgatados. 

O narrador da história é Ismael, jovem aventureiro com experiência na marinha mercante, que por problemas financeiros decide voltar a navegar a bordo de um navio baleeiro, já que a riqueza com a caça de baleias era abundante. 

A história o levará a Moby Dick, a grande baleia branca.

Para conhecer e comprar o livro, você pode acessar este link da Amazon.

A grande baleia branca também pode ajudá-lo de alguma forma, como fez comigo.