PARTE 1

Por que eu me tornei um “rato de biblioteca” e como isso me ajuda a ganhar dinheiro na internet hoje

Nasci em 1989, numa periferia do Rio de Janeiro, numa cidade chamada Belford Roxo. 

Para você ter ideia, Belford Roxo já foi eleita a cidade mais violenta do mundo.

Minha infância foi dura e difícil. 

Meu pai era lancheiro e minha mãe diarista o salário dos dois mal dava para comprar comida. 

Morávamos de aluguel e vivíamos mudando de casa, uma pior que a outra. 

Entre 1994 e 1999, morei em duas favelas: Morro da Palmeira e Morro da Bacia.

No primeiro morro, a casa ficava quase ao lado da boca de fumo.

Ainda pequeno, vi armas, drogas, violência…

No segundo morro, fomos alguns dos primeiros moradores, ou seja, estávamos fundando uma comunidade.

Meu pai construiu um barraco de um cômodo para nós quatro: pai, mãe, irmão e eu.

Tenho muitas lembranças desse tempo, uma delas é de quando precisei ficar sozinho tomando conta do meu irmão (eu tinha oito e ele cinco anos). 

Isso se repetiu algumas vezes enquanto minha mãe ia limpar casas de famílias ricas no Centro do Rio e meu pai ia fazer bicos de pedreiro.

Lembro com detalhes de outras situações vividas nesta época, mas algumas eu prefiro ocultar por ainda me partirem o coração. 

Vamos pular para o final de 1999, quando descemos para o asfalto. 

Fomos morar de favor na casa de um tio, irmão da minha mãe, num lugar chamado Heliópolis, bairro relativamente menos violento que as favelas que passamos. 

Nesse bairro, passei a maior parte da infância e  da adolescência. 

Foi uma época boa, apesar das dificuldades financeiras. 

Fiz amigos, rodei pião, soltei pipa, joguei bola… enfim, tornei-me um garoto comum da periferia. 

Depois de um tempo, porém, comecei a preferir atividades solitárias, como desenhar e ouvir música.

Sempre tive queda para arte, apesar de não ter nenhum exemplo ou incentivo em casa.

Outro detalhe é que sempre estudei em escola pública. 

Por oito anos, fui aluno de um CIEP do bairro, o 112, ou o famoso “brizolão”. 

Lá eu briguei, namorei, tomei advertência, fugi, pichei paredes. 

Não fui o que podemos chamar de bom aluno queria saber apenas de meninas, skate e rock and roll.

Fui “arteiro” até certo ponto, mas nunca me envolvi com drogas e crimes pesados. 

Quanto a isso, meu pai foi meu maior herói, deixando claro que eu não teria um bom destino se me envolvesse com esse tipo de coisa.

Minha mãe também “pegava no meu pé”, alertando-me sobre alguns riscos.

A educação religiosa que recebi também me ajudou a me manter longe de situações que pudessem prejudicar os outros e a mim mesmo.

No colégio, mesmo sendo da turma do fundão, adorava viajar nos livros. 

Na verdade, eu odiava a escola, mas amava estudar, o que me levava a matar aulas (principalmente de matemática) para ficar lendo na biblioteca.

Hoje, vejo que eu já valorizava a liberdade, por isso procurava fazer minhas próprias regras.

Não gostava de seguir os padrões estabelecidos, queria mesmo era me sentir livre para tomar decisões. 

Algumas dessas decisões me salvaram…

Ao me esconder na biblioteca, conheci Machado de Assis, Carlos Drummond de Andrade, Clarice Lispector e outros autores que mostraram um caminho interessante.

Passei a adorar aprender com os livros, envolvido pelo silêncio que passeava pelos corredores da sala de leitura. 

Isso foi bem antes da internet chegar às massas da periferia fluminense. 

Nesse momento, talvez você esteja se perguntando o que tudo isso tem a ver com Marketing e Copywriting.

Bem, aqui está a explicação…

Com essas fugas intelectuais, acabei desenvolvendo uma habilidade de encontrar em livros o que desejava aprender. 

Foi assim com Desenho de histórias em quadrinhos, depois com Música e, por fim, com Marketing três coisas que aprendi de forma autodidata. 

Então, se hoje sou Homem de Marketing e trabalho escrevendo Copy e criando histórias…

Devo isso primeiro ao “rato de biblioteca” que se formou na época de adolescente. 

Anos mais tarde, quando aprendi a usar o extinto “Cadê?” e, posteriormente o Google, o menino curioso evoluiu e se formou “pesquisador profissional”. 

Fiz uma espécie de “mestrado” em pesquisa livre. 

Inclusive, além do desejo de trabalhar com redação, foi a habilidade de fazer pesquisas que me ajudou a ingressar no mercado digital. 

Meu trabalho hoje não funciona sem pesquisa. 

Seja para criar anúncios, cartas de vendas ou séries de textos como esta, antes ajo como um garimpeiro. 

Lido com informação como exploradores na extração de pedras preciosas, ou de ouro, quebrando cascalhos em busca de metais preciosos. 

Então, posso afirmar, sem medo de errar:

O ato de pesquisar, desenvolvido lá atrás, foi fundamental para o meu ofício hoje. 

Sem isso, eu poderia não estar aqui hoje falando sobre isso, e nenhum dos resultados que eu tenho com campanhas de vendas na internet poderia existir.

Um dos alunos de David Ogilvy, o lendário Gary Bencivenga (que também estudou com vários outros grandes redatores), disse certa vez: 

“Os melhores redatores são os pesquisadores mais tenazes. Como os mineiros, eles cavam, perfuram, dinamitam e picam até que tenham cargas de minério valioso. John Caples me aconselhou uma vez a reunir informações sete vezes mais interessantes do que eu poderia usar…”

Você saberá mais sobre o processo de pesquisa mais à frente, mas o que você pode levar agora é: 

Pesquisa é uma das habilidades mais importantes para o trabalho de criação de Copy e de Storytelling.

Você precisa desenvolver isso, caso queira ter sucesso com a venda de ideias, produtos ou serviços na Internet.

Para fechar, antecipo que no próximo capítulo irei continuar minha história e relatar mais coisas que descobri ao longo do caminho.

Prepare a mente e o coração. 

Até mais!

Paulo Maccedo

PS.: Você não precisa ser necessariamente um “rato de biblioteca”, mas certamente você precisa ser um “rato de internet.”

Hoje todos temos acesso às mesmas ferramentas, como Google, redes sociais, YouTube.

Essas ferramentas gratuitas e disponíveis a todos podem servir para você descobrir informações úteis e valiosas.

E são essas informações que vão te ajudar a formar o estilo de vida que você deseja. 

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