2Quando o assunto é empreendedorismo e propósito, algumas pessoas frequentemente interpretam como algo “surreal”, “fora de mão” ou bullshit (termo em inglês que significa “um monte de mentiras”.
Alguns até se ofendem, argumentando que isso coisa de charlatão, e que “empreender não depende de causa nobre”.
Compreendo tais pontos de vista, mas sim, acredito — e defendo — que o propósito deve ser buscando e colocado em prática por um empreendedor.
Existe um caminho relevante, que pode dar base para que um negócio aconteça e faça a diferença na vida das pessoas.
E isso precisa estar claro antes que qualquer conteúdo seja produzido ou publicado, antes de qualquer propaganda ser veiculada e antes que as vendas comecem a acontecer.
Propósito para empreender? Isso se refere a algo religioso ou sobrenatural? Vamos entender!
Empreender por vocação (negócio social)
Quando falo em propósito, imediatamente lembro de duas coisas:
Vocação e negócio social.
Vocação é aquilo para o quê se nasce.
Um chamado.
A inclinação, tendência ou habilidade que leva a exercer uma determinada carreira ou profissão.
Usar a vocação como base para empreender é criar algo que estimule a prática de atividades que se associem aos seus desejos de seguir um determinado caminho.
Em outras palavras, empreender com sua vocação é usar o seu talento, aptidão natural, capacidade específica e o que vai lhe dar prazer para fazer negócios.
Já o negócio social tem uma explicação mais ampla.
A expressão, difundida por Muhammad Yunus, é usada para descrever um empreendimento que gera lucros e ao mesmo tempo causa impacto positivo na sociedade.
Não se trata de uma ONG ou fundação filantrópica.
É um negócio desenvolvido com um propósito em mente desde a sua fundação.
É possível, por exemplo, transformar uma empresa estabelecida em um negócio social.
O fator básico que determina se um negócio é ou não social é se o objetivo social ser maior do que o objetivo de negócio.
Para aplicar este conceito, é preciso entender o papel macro do seu negócio.
E isso pode ser conseguido com a devida preocupação em relação à forma como o empreendimento vai formar e manter relações com as pessoas, com as outras organizações e com a sociedade.
Negócio social e negócio por vocação formam o que podemos chamar de empreendedorismo ideológico.
A história está cheia de exemplos disso. Algumas das maiores empresas do mundo foram fundadas com grande carga de idealismo, alinhando sonhos e visões de mundo de seus fundadores.
Alguns exemplos célebres: Apple, de Jobs; e Disney, de Walt.
Em suma, são empresas que carregam o peso de não apenas criar produtos, mas de liderar seus mercados e formar defensores para aquilo a que se propuseram defender.
Empresas como estas exercem um papel significativo na mudança da sociedade por causa do propósito.
O Pedro Quintanilha ensina isso muito bem no treinamento Comece Seu Negócio.
Empreender com uma coisa que faça sentido
Propósito é aquilo que se deseja alcançar ou atingir.
O motivo, o porquê da coisa (leia sobre o Círculo de Ouro).
E é aqui que muitos empreendedores erram.
Criam uma mensagem que dá base para suas comunicações de marketing, mas estão equivocados quanto ao que seria o propósito de seus negócios.
Muitos homens de negócios ouviram de alguém que precisavam ter um propósito, o que é relevante, mas por não compreenderem ao certo o que isso significa, acabam “copiando” a missão de outros e seguem trabalhando sem a própria essência.
Isso poderia ser resolvido apenas com uma percepção semântica, ou seja, com o bom entendimento do termo propósito. Aqui está a explicação — recorri ao bom e velho dicionário:
Grande vontade de realizar ou alcançar alguma coisa; desígnio: o que se quer fazer; aquilo que se tem intenção de realizar; uma resolução.
Quem já não ouviu frases como:
Empreendo para mudar o mundo?
Muitos empreendedores estão enganados quanto ao que defendem.
E é justamente aí que a coisa fica complexa.
Os ditos cujos continuam promovendo suas mensagens vazias como um “saco vazio perdido ao vento”.
Criam produtos que prometem a cura, persuadem consumidores ávidos pela busca de si mesmas, vendem, conquistam seguidores, discípulos, e o ciclo continua.
Tais especialistas podiam simplesmente ser sinceros consigo mesmos se entendessem que é possível empreender com algo que faça sentido, mesmo que esse algo não “seja um negócio social”, por exemplo.
Se compreendermos que nem todos terão a “vocação de mudar o mundo”, de criarem a nova Apple ou a nova Disney, mas que podem fazer algo relevante com base no que faz sentido para si e para os outros, tudo ficaria mais simples.
Descubra o que te move e vá empreender
Vamos simplificar as coisas…
Eu escolhi empreender com o que amo fazer:
A escrita.
Criei um negócio com sentido usando a minha vocação como base.
Meu objetivo desde o começo — Sim, pode soar clichê — é ajudar pessoas através do meu talento e ser bem remunerado por isso.
Eu coloquei no papel o número de livros que eu pretendia lançar e a média de leitores que desejava alcançar.
Chamei isso de propósito.
Compreendeu? Dessa forma ficou mais fácil eu prosseguir e formar a minha mensagem.
O mesmo vale para você. De toda forma, independente do negócio que você escolha criar, você estará beneficiando outras pessoas e a si mesmo.
Se é bom, se faz sentido, se há uma meta, você tem um propósito.
Simples assim.
Talvez, pela compreensão errada dessa coisa de propósito, você ficou travado na criação do seu negócio. Não é preciso continuar assim. Você pode vencer isso, basta decidir fazer alguma coisa relevante, que tenha importância, mesmo que em escala menor.
Vou compartilhar algumas questões que podem ajudar você a empreender e descobrir ou como ganhar dinheiro na internet sem vender, por exemplo.
- Que tal começar observando o ambiente no seu bairro?
- Que tal procurar alguma coisa muito importante que falta e como você pode suprir esta necessidade?
- Que tal escolher criar um blog para falar sobre aquela causa pela qual você gosta de lutar?
- Por que não monetizar isso?
- O que te faz pensar que transformar um hobby em profissão não funciona bem?
- Quem disse que propósito é apenas mudar o mundo?
Isso já estar movimentando seus pensamentos, não é? Mas não acabou…
Vá em frente!
Para fechar, vou te apresentar agora mais algumas perguntas que podem te ajudar a encontrar o “algo que faça sentido para você.”
Coloque este exercício em prática e avance na busca de se encontrar:
#1. Pense sobre as vezes em que você sentiu realizado. O que você estava fazendo? Por que foi tão prazeroso? Faça uma descrição desses acontecimentos, se possível em ordem cronológica, sendo o mais específico quanto puder.
#2. Quem é a pessoa que você mais admira? Por quê você a admira? Escreva num papel três indivíduos que servem como modelos. Pessoas que você conhece, figuras famosas ou mesmo personagens. Relacione uma lista como pelo menos três motivos pelos quais você os admira.
#3. Como você gostaria de ser lembrado pelos seus familiares ou amigos? Anote as coisas que você espera que eles digam sobre você depois que você partir.
Quando você descobrir o seu propósito de vida, ele funcionará como um “farol para as noites escuras”. Vai te ajudar a manter o seu barco (vida/negócio) no rumo.
Talvez o seu propósito não seja ajudar diretamente as crianças da África, mas produzir o melhor pão da sua cidade ou vender um determinado número de sapatos até se aposentar.
Quem sabe não é ter a barbearia mais eficiente do bairro ou o blog de nicho mais relevante da internet?
Lembre-se:
Propósito é aquilo que se busca atingir, um objetivo. Escolha o que você quer alcançar e vá em frente! Só cuidado para não trabalhar por propósitos equivocados.
Agora, te convido a conhecer o Comece seu Negócio que te ensina a empreender com algo que faça sentido para você. Para conhecê-lo, clique no botão abaixo!
Uma resposta
Olá Paulo Macedo, seu texto foi inspirador. Obrigado