Quando a modinha passa, o original permanece

Paga-se um preço alto quando se é você mesmo. Mas nada mais seguro e lucrativo a longo prazo do que ser verdadeiro, consigo e com os outros. A consciência mantém-se tranquila, o travesseiro fica macio e nada de bagagens duras nos ombros.

Não ser você mesmo é permitir que um impostor viva em seu lugar. Você é roubado um pouco todos os dias, sem que sinta tanto no momento. O impostor toma o lugar quando há insegurança, indecisão e necessidade excessiva de reconhecimento.

Ah, sim, e quando não há consciência e percepção de que ser original é essencial.

A boa notícia é que o falso eu pode ser expulso a cada choque de lucidez, a cada discernimento de que não vale à pena persistir em uma ilusão. A ideia inicial então é manter-se sóbrio integralmente, mesmo que isso custe, de certa forma, a perda da popularidade.

Há um tempo atrás, li um trecho fantástico em que dois autores de marketing falavam sobre o vazio do ser humano e a necessidade de se criar outra realidade (as redes sociais representam bem isso):

Para suportar a terrível realidade de estar sozinho no universo, as pessoas projetam-se no mundo exterior. ‘Vivem na arena de livros, televisão e ‘internet’. São membros de clubes, organizações e instituições. Essas representações exteriores do mundo parecem mais reais do que a realidade dentro de suas mentes. – All Ries e Jack Trout

Liguei os pontos com uma leitura cristã:

E assim, como escravos fugitivos, fugimos de nossa realidade ou produzimos um falso eu extremamente admirável, levemente cativante e superficialmente feliz. Escondemos o que sabemos ou sentimos que somos atrás de algum tipo de aparência que, esperamos, seja mais agradável. – Brennan Manning

A verdade é que com o tempo, nos tornamos escravos dessas fugas e podemos até chegar a esquecer que estamos escondendo o eu verdadeiro. Pensamos ser realmente isso que mostramos para as pessoas. A “cura” só é possível quando assumimos quem somos de verdade. Mas, encaremos os fatos: dói. E como temos uma tendência natural de fugir da dor, poucos terão coragem de fazê-lo.

Contextualizando…

Quando determinado mercado está em alta, às vezes é difícil saber quem é quem, pois todo mundo está fazendo igual. Cria-se um monte de “outros eus”. Entretanto, o tempo sempre separa o joio do trigo. Você se lembra de quando um monte de bandas de pop rock surgiram com o sotaque e estilo idênticos? Pareciam ter saído todas do mesmo laboratório, não é?

Com o empreendedorismo não tem sido diferente. A cada dia uma nova leva de mensageiros surge embarcando na onda, e isso é até bom, pois ajuda a fomentar a auto iniciativa. O problema é a não preocupação por parte de alguns em fazer algo original e relevante.

No universo digital existe tendência excessiva de imitação, principalmente por quem ainda está começando. Buscar referências é, de certa forma, natural. Mas ao aderir a moda criada por outros, sem sentido, o mercado acaba ficando oco.

Mas é importante lembrar que conforme o tempo passa, recorda-se apenas de quem faz um trabalho de qualidade, em essência, e em forma. Quem faz história e fica na memória são os verdadeiros líderes, os que ‘criam o mar’, que ‘ditam as regras’, que formam opinião.

Estes serão lembrados e continuarão conquistado pessoas, espalhando ideias, promovendo suas mensagens e vendendo seus produtos e serviços. As pessoas guardam na mente e no coração os que se dedicaram a fazer um trabalho profundo e relevante, mesmo depois de décadas. Já os “cópias”, somem como fumaça.

Está aí o motivo para empreender, fazer marketing, produzir conteúdo e ser um formador de opinião: a modinha passa, o original fica.

O mundo dos especialistas está cheio de imitadores. Mas eles estão prestes a ver um rude despertar e ser varridos para fora por uma nova geração de criadores de conteúdo. – Brendon Burchard

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